[Mês da Mulher] Tocando o terror

O que fazer quando você adora literatura nacional mas no seu gênero favorito ela é pouco valorizada? No caso da Graziela Gomes, de apenas 21 anos, a resposta foi simples: ela abriu a própria editora.

Conheço Grazi tem um bom tempo já devido ao seu trabalho em livraria. Nas Feiras do Livro da minha cidade, onde ela fica em período integral como livreira e eu, como obsessiva compulsiva por livros, também trocamos muitas ideias. Grazi inclusive ajudou muito com meu livro, seja recomendando para clientes ou colocando na vitrine da livraria que trabalhava.

Quando planejei esse mês inteiro de homenagem às mulheres e quis incluir nele posts exclusivos para editoras, algumas mulheres me vieram imediatamente à mente, entre elas, Grazi, a menina do interior do Rio Grande do Sul que abriu uma editora especializada em terror tendo como maior capital de investimento seu próprio sonho.

Grazi conta que criou a Immortal com o objetivo de abrir espaço para autores nacionais do gênero terror que tenham uma boa história pra contar e que gosta de cuidar de todo o processo do livro, desde auxiliar autores na finalização da obra, passando por diagramação e capa até a distribuição.

Lembro-se de uma ocasião que a encontrei na livraria e que ela me mostrou algumas capas orgulhosa do resultado visual. Me disse ser extremamente exigente não só com o conteúdo, mas com essa parte estética porque é fundamental no processo de venda. Lembro do brilho nos olhos dela. Lembro que tive vontade de escrever terror pra publicar com ela.

A editora nasceu em 2018, tendo seu primeiro lançamento no dia 31 de outubro (imaginem o motivo). De lá até fevereiro de 2019 foram 5 títulos lançados.

Grazi relata que um dos maiores desafios da editora é justamente a inexplicável preferência do leitor de terror pelo autor estrangeiro. Mesmo assim ela não desiste, já tendo organizado inclusive uma coletânea que reuniu 30 autores.

Se a luta é diária, a perseverança também.

Grazi tem um certo ar ressentido ao falar de suas realizações “apesar de não ter concluído a faculdade”, mas estamos falando de uma menina de 21 anos que já venceu concursos literários, precisou ralar desde cedo no mercado de trabalho e abriu sua própria editora há 2 anos.

Ela conta com orgulho que sua maior alegria é ver a expressão de felicidade dos autores quando recebem seus livros, e eu, pessoalmente, acho isso lindo demais. De minha parte, sei que Grazi merece realizar seus sonhos e torço que a Editora Immortal traga isso a ela.

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Sucesso, Grazi!

#Maya

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