[Mês da Mulher] Versáteis

Me propus ao impossível exercício de divulgar o trabalho das mulheres brasileiras em prol da literatura. Impossível porque são milhares fazendo trabalhos incríveis e não tenho nem como trazer todas pra cá, nem como dar a atenção real que cada uma merece. Mas nem por isso eu deixo de tentar. Bora.

GERMANA ZANETTINI

“Uma vez por ano, um homem apanha flores. A cada cinco minutos, uma mulher apanha”. Esse texto te soa familiar? Provavelmente sim, porque todo ano, no dia 8 de março, ele pipoca pelas redes sociais e cartazes de protesto. Geralmente sem crédito.

Germana Zanettini, poeta, editora e tradutora, é a autora do famoso texto e de vários outros que já circularam com nomes de gente morta. A prática é tão comum que ela já foi até matéria de jornal pelo peculiar caso da escritora que é constantemente plagiada – por sinal, eu mesma fiz esse adendo à minibio dela porque conheço seu trabalho e sou testemunha dessa intensa circulação descreditada.

Nas fontes oficiais e assinadas pela autora, seu trabalho pode ser conferido no livro “Eletrocardiodrama”, premiado pela Academia Rio-Grandense de Letras e nas fotografias do projeto Poesia na Pele, onde seus poemas foram escritos em seu próprio corpo.

Para além disso, Germana já publicou em diversas antologias e revistas literárias, já teve versos em paredes de trens, ônibus, muros, salas de aula, trabalhos acadêmicos, programas de rádio, álbuns de música, protestos, agendas e camisetas.

CLAUDIA HACKBART

Claudia quase me fez chorar em público falando do meu livro em um sarau na Feira do Livro de Caxias do Sul – RS, onde ambas residimos. Mas falemos de Claudia.

Claudia é professora, formada no magistério, graduada em pedagogia com habilitação em orientação educacional, psicologia e didática. Se não fosse especialização o bastante, Claudia ainda se pós-graduou em psicopedagogia clínica e escolar.

A paixão pela educação e pela infância foi a mesma que a levou para o universo das letras, tanto como contadora de histórias como palestrante também. Daí para começar as próprias publicações foi um pulo.

Autora de livros para os mais diversos públicos, Claudia tem em seu catálogo “E se o destino soprar”, “Quando o destino sorri pra você”, “A liga escolar”, “O último Einstein e a relatividade do amor” e os contos “WhatsApp: no grupo da morte” (antologia Anjos e Demônios) e “Astéria, a estrelinha aventureira” (antologia Do Fundo do Mar).

Para celebrar: seu conto infantil na última antologia foi traduzida para o francês e lançada em Paris em 2018. Quer mais? O livro “O último Einstein e a relatividade do amor” foi premiado na Argentina com a medalha Jorge Luis Borges de melhor livro estrangeiro.

LEILA ROSANE SILVEIRA

Leila Rosane dos Santos Silveira tem um longo histórico de atuação com a cultura. No ano de 1977, por exemplo, atuou com teatro e dança na cidade de Santo Ângelo. Já em 200 assumiu um cargo na Codic de Novo Hamburgo estudando as lei de Políticas Públicas para Cultura.

Em 2002 assumiu a Secretaria de Cultura e Turismo de Novo Hamburgo, em especial nas áreas de teatro e cinema, onde inclusive já atuou como atriz e roteirista.

Passou a escrever para blogs a partir de 2009, ingressando de vez na literatura. Nesta arte, publicou em coletâneas de poesias de Minas Gerais e participou de encontros de poesias na região do Vale do Sinos e Porto Alegre.

ISADORA BERSOT

Isadora Bersot leva a literatura às instâncias divinas.

Graduanda em Letras Português/Grego pela Universidade Federal Fluminense (UFF), foi a paixão pelos livros que a levou a iniciar, há pouco mais de um ano, uma nova jornada profissional como preparadora e revisora de textos.

Apesar de atuar profissionalmente nos bastidores das publicações, lidando com autoria de terceiros, Isadora mantém com carinho sua própria produção, alimentando há quase 10 anos um blog cristão. Sua produção não é ficcional, mas analítica, debatendo temas atuais à luz de sua fé.

É sua produção para o blog que a mantém constantemente ativa no mundo das letras, quem sabe planejando o dia em que a revisão e preparação do texto será o seu próprio? Embora livros religiosos não sejam aceitos pelas regras desse blog, é preciso reconhecer que existe um vasto mercado que Isadora pode conquistar com sua produção.

AILA MAGALHÃES

Conforme a gente vai descobrindo o trabalho das mulheres espalhadas por esse país, vai também descobrindo gêneros que não conhecia. Claro, falo por mim, mas tomei um susto quando recebi a minibio de Aila Magalhães, cearense de Fortaleza, ao dizer que se dedica à arte do poetrix há quase 20 anos tendo participado de sete antologias do gênero.

Pera, poetrix? Pois bem, nessa hora a gente apela pro Google. Poetrix é uma composição literária criada pelo poeta brasileiro Goulart Gomes, formada por um terceto de no máximo 30 sílabas. O título é fundamental, e a rima e o tema ficam a critério do autor. Fascinante.

Mas Aila também escreve poesia, digamos, tradicional, inspirada no que mais ama: família, amigos, viagens, pôr do sol e café. Estudou Sociologia, Geografia e Letras e é Mestre em Educação.

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Mais um belo dia do mês da mulher. Compartilhem, façam todo mundo conhecer essas mulheres!

#Maya

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